por bruno silverstar83 Dom 29 Jun - 22:02:05
Texto tirado daqui
http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2011/12/origem-do-motor-do-chevette.html
"O primeiro "misto quente"
Carlos Buechler havia designado o Satkunas para desenvolver um dispositivo de teste para o desenvolvimento do virabrequim de ferro fundido nodular para os antigos motores seis-cilindros de 262 pol³ (4.315 cm³) das picapes e caminhões, de quatro mancais. O teste era feito num bloco com apenas dois mancais nas extremidades e com um carga central de 1 tonelada, de modo a fletir o virabrequim pelo menos 0,5 mm, criando enorme tensão. Um motor elétrico de cerca de 10 cv girava o virabrequim a cerca de 600 rpm. Enquanto os virabrequins de aço forjado quebravam após 250 mil a 300 mil ciclos, os de ferro fundido nodular superavam 500 mil ciclos, alguns chegando a 1 milhão de ciclos sem quebras.
"O aço forjado possui muitas tensões em todas as direções, fruto do processo agressivo do martelo de forja. Uma pequena falha ou risco na usinagem criava um ponto potencial de fratura por fadiga", explica Satkunas, acrescentando que as bielas tinham mesmo problema. Segundo o engenheiro, muitos virabrequins forjados quebravam no segundo cilindro e o custo de garantia era alto, embora soubessem que os caminhões eram muito exigidos, além da especificação de carga. "Na produção fazíamos segregação mediante magna flux e magna test, o que era caro e prejudicava a produtvidade. Já os virabrequins nodulares não possuíam tensões e a tecnologia de fundicão não provocava a indesejável porosidade, fatal em peças fundidas maiores como blocos de motor,. e logo depois deixaram de necessitar caros testes pós-usinagem.", complementa Satkunas.
O porquê de "misto quente" é o fato de muitos desses motores terem sido dieselizados por mecânicos independentes adaptando um cabeçote de Mercedes-Benz e uma bomba rotativa CEV, inglesa, no lugar do distribuidor, além de colocar filtros de diesel na saia do pára-lama. Esses caminhões eram usados para puxar carga de enxofre do porto de Santos para São Paulo.
Satkunas conta ainda que ajudou um mecânco conhecido a projetar uma câmara de combustão em rústicos pistões feitos em torno, estabelecendo taxa de compressão de 16,5:1. Esse mecânico fez inúmeros motores assim, mas sua vida útil era baixa, 30.000 km em média, alguns chegando a 50.000 km. O mais incrível é que eram motores giradores, iam a 3.500 rpm, contra 2.800 rpm dos Mercedes e Perkins, e os eram preferidos pelos prestadores de serviço de fretes rápidos, pois ficava mais barato do que comprar um Diesel de Mercedes usado no mercado. Para ajudar, não havia fiscalização que barrasse a sistemática. Contribuiu bastante para o "misto quente n° 1" o aumento dos preços dos derivados de petróleo na década de 1970, quando os caminhões a gasolina foram encostados ou vendidos por preços bem baixos."
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