Com tantas histórias bacanas, resolvi contar a minha também.
Meu pai e meu avô materno sempre foram grandes motoristas. Aqui no ES, meu avô foi motorista particular e de caminhões antes disso, guiando aqueles monstros de caixa seca, cujas marchas só entram "no tempo". Tempo em que dirigir era arte. O homem já pegou caminhões, ônibus, Chevrolets '50-'60, Cadillacs, Galaxies e Mavericks. Meu pai é outro que sempre foi ligado a carros. Já dirigiu Fusca, e 2 Corcéis II...O segundo sempre foi visto por mim, como o carro que seria meu... Era grande, espaçoso, silencioso...Mas aí meu pai o vendeu e ficamos sem carro por um bom tempo(ou seria por um péssimo tempo?). Sempre adorei carros e aviões. Não foi espanto, então eu seguir pro lado da engenharia, quando entrei na universidade. Um belo dia, meu pai resolve me presentear, dizendo que ia comprar um carro pra mim, desde que, de vez em quando, eu bancasse o chofer dele e de minha mãe. Obviamente, eu falei que topava na hora.
Começou o processo de escolha. Eu sabia muito bem o que queria: mecânica robusta(nisso, saem todos os carros franceses, por sua péssima reputação), grande (lá se vão os hatches e notchbacks), espaçoso, confortável e razoavelmente econômico... na minha lista então ficou, basicamente o Maverick e o Opala. Vendo uma reportagem da Quatro Rodas de só sabe Deus quando, o Opala venceu com folga e em muitos quesitos os concorrentes. Uma confrontada técnica dos motores não deu muita margem restante pra dúvida: o Opala era o carro que eu queria. E fui atrás dele!
Até decidi qualeu queria: tinha que ser um coupé dos últimos anos de fabricação. Achei um '85 bege por 4 mil, mas que estava mais metralhado de ferrugem que tudo...O lanterneiro desaconselhou a compra...Falou que só valeria, se o carro fosse vendido a mil reais. Achamos outro coupé 87 de um dono de loja de som. O carro estava com a frente do 88, mas a traseira não negava o transplante. Instalação de som horrorosa, e ar condicionado que não funcionava direito, além de uma cor dourada nova, que ficou horrorosa (R$8000,00). Nada feito...
Achamos outro coupé, um 80, com o interior da geração anterior! Raridade! Fomos fazer um test drive com o dono: sem cinto de segurança e o cara usou de muita má fé na hora de fazer algumas demonstrações com o veículo, como fingir soltar o volante pra mostrar alinhamento, mas mantê-lo agarrado com a palma de uma das mãos (vergonhoso faz isso e patético achar que eu cairia nessa). Enfim, R$7000,00.
Eis que na rua de baixo da onde eu moro, aparece um Comodoro SL/E 88 2 portas azul, só não tinha o ar condicionado. No resto, aparentemente bom. Precisava apenas de uma lanternagem. Pelos mesmos 7000. Choramos e baixou pra 6500. Juro por Deus que passou uma semana com o carro ali na garagem e a ficha ainda não caindo...rs Pior de tudo é que eu ainda estava tirando carteira...Como era difícil ver aquele carro ali e eu não poder guiá-lo.
Depois que eu o peguei e comecei a rodar, não queria mais saer de outra coisa! Mesmo sempre vindo aqueles velhos comentários dos "entendidos": "bebe muito!", "é velho!", "compra mais novo!". Sempre que pergunto se eles já andaram de Opala, a resposta é unânime: não. Sempre que pergunto se eles conhecem Opala, a resposta é unânime: não. Então dou aquele convite para uma volta no carro. Quando saem, sempre se espantam com o fato de ele ter vidros, trava e espelhos elétricos, direção hidráulica e abertura interna do porta-malas. Eu pergunto se o carro novo deles têm esses mimos: invariavelmente a resposta é "não". Quando eu pergunto quanto eles deram nesses carros novos, eles respondem sempre algo em torno de 30 mil. Então eles resolvem calar a boca, quando vêm que a argumentação deles desmorona ante uns minutinhos de Opala na vida deles. E sempre que um besta emparelha comigo no sinal e quer mostrar a pretensa força do motor dele, mesmo no trânsito normal, só consegue enxergar a traseira do carro. E só me passa, se resolver exceder o limite de velocidade. É um detalhe: na família, nenhum dos homens jamais foi multado e quero manter o "escore de invincibilidade"...Mas numa emergência, aí a coisa muda de figura.
Bom, gente, alonguei-me demais, mas é que quando a gente fala do carro, não tem como não bater aquele orgulho e de ficar falando, falando, falando...
Meu pai e meu avô materno sempre foram grandes motoristas. Aqui no ES, meu avô foi motorista particular e de caminhões antes disso, guiando aqueles monstros de caixa seca, cujas marchas só entram "no tempo". Tempo em que dirigir era arte. O homem já pegou caminhões, ônibus, Chevrolets '50-'60, Cadillacs, Galaxies e Mavericks. Meu pai é outro que sempre foi ligado a carros. Já dirigiu Fusca, e 2 Corcéis II...O segundo sempre foi visto por mim, como o carro que seria meu... Era grande, espaçoso, silencioso...Mas aí meu pai o vendeu e ficamos sem carro por um bom tempo(ou seria por um péssimo tempo?). Sempre adorei carros e aviões. Não foi espanto, então eu seguir pro lado da engenharia, quando entrei na universidade. Um belo dia, meu pai resolve me presentear, dizendo que ia comprar um carro pra mim, desde que, de vez em quando, eu bancasse o chofer dele e de minha mãe. Obviamente, eu falei que topava na hora.
Começou o processo de escolha. Eu sabia muito bem o que queria: mecânica robusta(nisso, saem todos os carros franceses, por sua péssima reputação), grande (lá se vão os hatches e notchbacks), espaçoso, confortável e razoavelmente econômico... na minha lista então ficou, basicamente o Maverick e o Opala. Vendo uma reportagem da Quatro Rodas de só sabe Deus quando, o Opala venceu com folga e em muitos quesitos os concorrentes. Uma confrontada técnica dos motores não deu muita margem restante pra dúvida: o Opala era o carro que eu queria. E fui atrás dele!
Até decidi qualeu queria: tinha que ser um coupé dos últimos anos de fabricação. Achei um '85 bege por 4 mil, mas que estava mais metralhado de ferrugem que tudo...O lanterneiro desaconselhou a compra...Falou que só valeria, se o carro fosse vendido a mil reais. Achamos outro coupé 87 de um dono de loja de som. O carro estava com a frente do 88, mas a traseira não negava o transplante. Instalação de som horrorosa, e ar condicionado que não funcionava direito, além de uma cor dourada nova, que ficou horrorosa (R$8000,00). Nada feito...
Achamos outro coupé, um 80, com o interior da geração anterior! Raridade! Fomos fazer um test drive com o dono: sem cinto de segurança e o cara usou de muita má fé na hora de fazer algumas demonstrações com o veículo, como fingir soltar o volante pra mostrar alinhamento, mas mantê-lo agarrado com a palma de uma das mãos (vergonhoso faz isso e patético achar que eu cairia nessa). Enfim, R$7000,00.
Eis que na rua de baixo da onde eu moro, aparece um Comodoro SL/E 88 2 portas azul, só não tinha o ar condicionado. No resto, aparentemente bom. Precisava apenas de uma lanternagem. Pelos mesmos 7000. Choramos e baixou pra 6500. Juro por Deus que passou uma semana com o carro ali na garagem e a ficha ainda não caindo...rs Pior de tudo é que eu ainda estava tirando carteira...Como era difícil ver aquele carro ali e eu não poder guiá-lo.
Depois que eu o peguei e comecei a rodar, não queria mais saer de outra coisa! Mesmo sempre vindo aqueles velhos comentários dos "entendidos": "bebe muito!", "é velho!", "compra mais novo!". Sempre que pergunto se eles já andaram de Opala, a resposta é unânime: não. Sempre que pergunto se eles conhecem Opala, a resposta é unânime: não. Então dou aquele convite para uma volta no carro. Quando saem, sempre se espantam com o fato de ele ter vidros, trava e espelhos elétricos, direção hidráulica e abertura interna do porta-malas. Eu pergunto se o carro novo deles têm esses mimos: invariavelmente a resposta é "não". Quando eu pergunto quanto eles deram nesses carros novos, eles respondem sempre algo em torno de 30 mil. Então eles resolvem calar a boca, quando vêm que a argumentação deles desmorona ante uns minutinhos de Opala na vida deles. E sempre que um besta emparelha comigo no sinal e quer mostrar a pretensa força do motor dele, mesmo no trânsito normal, só consegue enxergar a traseira do carro. E só me passa, se resolver exceder o limite de velocidade. É um detalhe: na família, nenhum dos homens jamais foi multado e quero manter o "escore de invincibilidade"...Mas numa emergência, aí a coisa muda de figura.
Bom, gente, alonguei-me demais, mas é que quando a gente fala do carro, não tem como não bater aquele orgulho e de ficar falando, falando, falando...
Bem, fui às 20:00...No meio do caminho, um taxista com um Santana 2.0 emparelhou comigo no sinal e falou: "mas é lindo demais! Anda muito esse carro!". Com a cabeça, agradeci. Como era uma reta livre à nossa frente, dei aquela pequena demonstraçãozinha de força: sinal verde, 1ª engatada, giro lá prumas 2000rpm e larguei a embreagem....O carro deu aquela rugida gostosa e deu um pulo lá na frente....Estabilizei a 60km/h (limite da via)e quando vi, nem sinal de nenhum dos carros que emparelhara comigo aparecia nos retrovisores. Cheguei tranquilo ao encontro e, 23h, eu voltava calmamente quando, perto do local onde nos encontráramos, o KG e o Gol do meu amigo passaram por mim...Como o sinal estava vermelho, dei seta e esperei o fluxo oriundo da praia cessasse pra eu tentar alcançá-los...Não deu outra...quando virei, o KArmann estava parado no acostamento, o Gol na pista al lado e o dono do Gol mandando eu encostar do lado e dizendo que o carro não era de nada...
((não não não pode))...
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