Gerald escreveu:Quando se fala em tecnologia, os olhos de muita gente brilham (principalmente os leigos) como se tecnologia fosse uma coisa mágica, que basta querer que ele aparece para nos ajudar.
Na prática, a coisa é muito diferente. Veja o exemplo da aviação comercial. Houve uma tentativa de criar o transporte supersônico com o Concorde, mas o empreendimento fracassou comercialmente e não há nenhuma perspectiva de curto e médio prazo de se ter uma aeronave supersônica para transporte de passageiros.
Voltando para o nível do chão, a injeção de combustível foi introduzida comercialmente nos automóveis em 1954 com o Mercedes 300 SL, mas somente na década de 1990, ou seja, 40 anos depois é que a injeção de combustível se tornou a tecnologia dominante.
Quando a GM do Brasil quis "injetar" o motor 4.1 do Opala para usar no Omega, precisou recorrer a Lotus da Inglaterra para fazer a adaptação. Se fosse fácil adaptar o motor 4.1 para injeção de combustível, a própria GM do Brasil teria feito! A GM do Brasil era/é uma empresa com enormes recursos financeiros, centenas de engenheiros, mas teve que recorrer à Lotus!
Mesmo hoje em dia, converter o motor 4.1 do Opala para funcionar com injeção é uma coisa complicada. Converter um Opala para propulsão elétrica é 100x mais difícil. Mas a pergunta mais importante é: pra que esse esforço todo?
Nenhum grande fabricante de automóveis vai se interessar em pegar o projeto de um carro a gasolina e adaptar para eletricidade. Essas empresas têm o pé no chão, pensam racionalmente e não ficam sonhando com "tecnologia" (*)
Quem quiser um carro elétrico, que compre um projetado desde o início para esse tipo de propulsão! É muito mais inteligente e mais barato do que converter um Opala para eletricidade.
(*) Um caso interessante de mudança tecnológica foi a passagem da fotografia baseada em filme para a fotografia digital. Olhando os bilhões de máquinas fotográficas para filme produzidas no mundo, algumas pessoas tiveram a "idéia" de um back digital para converter essas máquinas para fotografia digital. De fato, até tem algumas empresas pequenas tentando explorar esse mercado. Uma estupidez completa, na minha opinião, pois essas máquinas adaptadas nunca vão conseguir competir com uma máquina fotográfica que já nasceu digital. Quem tiver curiosidade sobre o assunto, pode dar uma olhada neste artigo:
https://ricardohage.com.br/2018/09/23/back-digital-para-cameras-antigas-comeca-a-ser-produzido/
Vou fazer a resposta por itens..
- Sim, com engenheiro mecânico e mecatrônico, a tecnologia faz realmente meus olhos brilharem.. rs..
- Aviação supersônica teve seu fim devido a dois fatores primordiais, o primeiro era físico, que era o "sonic boom", que obrigava a aeronave apenas viajar em velocidade supersônica única e exclusivamente sobre o mar, o que inviabilizava e tirava a atratividade do ganho de tempo, e o segundo era o alto consumo de combustível, que devido ao aeronaves terem poucos lugares, comparada às aeronaves subsônicas, fazia com que o preço da passagem ficassem muito mais caro, o que afastava os consumidores.
Mas se não me engano a própria Boeing tem um projeto de avião supersônico moderno que diz, minimizar o efeito do "sonic boom", ou seja, a viagem supersônica, não está morta, está apenas esperando a tecnologia avançar..
- Quando dei o exemplo da injeção, era injeção eletrônica, e não mecânica como foi a da Mercedes. O GAP entre o lançamento da injeção eletrônica no BR em meados do fim da década de 80 e hoje, é bem curto. E vamos concordar que a velocidade dos aprimoramentos hoje é muito mais rápida que nas décadas de 90 e mesmo 2000, ou seja, tudo evolui muito mais rápido hoje.
E reforçando o que disse, a injeção eletrônica se tornou dominante por 2 motivos, primeiro, leis de emissões mais restritivas e segundo, avanço tecnológico e diminuição dos valores de implementação.
- Sinto muito muito mas você não sabe o que está falando. Esse caso da GM com a Lotus eu ouvi diretamente do pessoal do Laboratório da Powertrain ad GM SCS, onde trabalhei. O motor que foi "preparado" foi o 3.0l e não o 4.1l. Esse 3.0l nem para o BR veio, era um produto exclusivo Opel.
O 4.1l foi injetado aqui no BR e equipou o Omega. Todo o trabalho foi feito no BR e por brasileiros.
- Não sei onde você acha difícil instalar injeção eletrônica em um motor 4.1l, ou qualquer outro. São pequenas adaptações, nada super complexo.
Já eletrificar, sim, daria mais trabalho, com certeza, mas nada de outro mundo. "100x" mais difícil"? É, para quem não conhece, realmente pode parecer.
"Para que todo esforço?" Ué, para quem quiser ter um Opala Elétrico. Eu teria fácil.. kkk
- "Nenhum grande fabricante de automóveis vai se interessar..", ué, todo o tópico pegou fogo com o link que postei falando que a própria GM está desenvolvendo um kit de eletrificação para carros antigos.. Se você não viu, vou colocar o link aqui novamente: https://insideevs.uol.com.br/news/557191/gm-kit-conversao-carros-eletricos/
Mas quando me referi a quando o negócio começar a pegar, nem me referi as montadora e sim empresas especializadas em eletrificação. eu coloquei alguns links de empresas na Europa que já estão vendendo os kits para carros específicos e kit universais. Sobe lá e vê.
- Sobre invés de eletrificar, comprar um elétrico, isso é relativo. Quem quiser ter um antigo elétrico, poderá ter. Todo o charme de um clássico, com desempenho, conforto e tecnologia de um powertrain super atual e moderno. Novamente, eu teria um fácil.. kkk..
- "É muito mais inteligente e mais barato do que converter um Opala para eletricidade". E se a pessoa quiser ter um clássico mas elétrico? É um gosto. Ela seria burra por isso?
- Já sobre o exemplo das máquinas digitais, você está errado novamente. A idéia do cara lá é a mesma de eletrificar caros antigos. É ter a experiência de utilizar um equipamento clássico, mas com desempenho e tecnologia atual.
Nunca a idéia foi "competir com uma câmera atual" como você disse, e sim ter a experiência de utilizar um equipamento clássico, que tem um desempenho aceitável para os dia atuais.
Como eu disse, um Opala elétrico seria um carro modificado, que não teria a mesma autonomia e desempenho de um carro que nasceu elétrico, mas seria um carro MODIFICADO que atenderia muito bem ao que se destina, que eria a experiência de ter um clássico com tecnologia atual.
Maaaaaaaas como vi, você parece ser um cara bem saudosista, e NADA do que eu disser, vai mudar alguma coisa..
O que tento deixar claro aqui é que quanto mais opções tivermos, melhor, e se prender a algo não faz bem.
Tmj!
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